terça-feira, 8 de janeiro de 2008

TERAPIA COMUNITÁRIA NO PIAUÍ

A Terapia Comunitária vem sendo expandida a nível nacional e internacional, com muita força e dedicação. No Estado do Piauí, o Centro Dialogu já capacitou 110 Terapeutas Comunitários que atuam em associações comunitárias, em instituições como a Fundação da Paz, o Sítio Reviver e a Fazenda Betesda que são centros de tratamento de dependentes químicos, Centros de Saúde da Fundação Municipal de Saúde de Teresina e CAPs – Centro de Atendimento Psicossocial.
Os nossos terapeutas são em sua maioria profissionais das áreas de assistência social, psicologia, medicina, enfermagem, educação e líderes de organizações populares e comunitárias do Estado do Piauí e do Maranhão.
No Brasil, a Terapia Comunitária já tem suas atividades implantadas em 20 Estados e tem formado mais de 7.000 terapeutas que trabalham a prevenção à crise psíquica, emocional e social em nível comunitário, através dos terapeutas comunitários
No Piauí, foi identificado mediante os atendimentos realizados nos dois primeiros cursos (2003 e 2005), quatro temáticas centrais na problemática cotidiana das populações das periferias em situação de vulnerabilidade: ALCOOLISMO, DESEMPREGO, CRISE FAMILIAR E AS DROGAS.
Após análise da equipe de formação chegou-se ao entendimento de que essas questões são geradoras de outros graves problemas que afligem aos indivíduos, as famílias e a própria sociedade como um todo, tendo como exemplo o aumento dos registros de casos de DST e do HIV/AIDS em casais heterossexuais, usuários de drogas e jovens, fazendo com o centro apresente ações nesses campos de ação, outro fator determinante é a depressão vivida pelos pacientes com HIV que podem perder o desejo de lutar contra a infecção, além dos inúmeros problemas emocionais causados pela dependência química, ao usuário, seus familiares e a comunidade. Nesse sentido, compreendemos que somente um trabalho terapêutico que potencialize a esperança e resgate a auto-estima, influirá positivamente no comportamento desses indivíduos reduzindo suas vulnerabilidades e fortalecendo os vínculos comunitários numa rede solidária entre si e com o poder público..
Essas problemáticas identificadas da realidade brasileira e de modo particular do Estados do Piauí e do Maranhão (Timon e Caxias –MA) somando ainda a migração, conflitos no campo e nas cidades, o estresse, o aumento numérico das gangues juvenis, a exploração e o abuso sexual de crianças e de adolescentes, a situação de exploração e pobreza das mulheres, o aumento da favelização em Teresina, exigem dos sujeitos sociais novas abordagens, novos modelos de ação que nos permitam prevenir as doenças físicas, mentais, fomentando uma rede de parceiros capazes de compreender esses acontecimentos e as estratégias de mudá-la sem assistencialismos e sem gerar dependências.
Em nossa prática como pólo formador, compreendemos que a terapia comunitária visa integrar os valores e potencialidades da cultura local, na formação da identidade cultural e social, fomentando os recursos humanos, físicos e emocionais como elementos fundamentais na promoção da saúde e do desenvolvimento humano e social do indivíduo, da família e da coletividade, tendo como foco o despertar das habilidades e competências individuais e coletivas, no trabalho preventivo e em ações educativas nas comunidades e organizações, integradas ao SUS – Sistema Único de Saúde, ao SUAS – Sistema Único da Assistência Social, e demais estratégias públicas de inclusão e promoção da dignidade humana formando uma Rede Solidária e Pró-Ativa .
O projeto tem inovado quando objetiva integrar pedagogicamente os recursos disponíveis da própria comunidade, através das ONG´s, fundações e associações, organizações das pessoas vivendo com HIV/AIDS, dos profissionais e serviços públicos de saúde e assistência social, e demais agentes de ação preventiva e educativa.
Temos compreendido que o principal recurso para a prevenção e assistência a populações em situação de vulnerabilidade psicossocial, é sem dúvida estabelecer uma conexão entre teoria e prática, que orientam estratégias de prevenção, considerando o substrato afetivo e comunitário da consciência que permite a construção da auto-estima, como também a ampliação da consciência crítica que propicia transformações mais profundas e abrangentes no âmbito da vida pessoal, familiar e coletiva (LEGAY, 2004, p 9), influenciando inclusive e oportunamente em nova mentalidade em termos de políticas públicas de saúde e de desenvolvimento comunitário co-responsável e solidário.

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