Combate à Aids está ficando mais difícil no Brasil, diz 'Economist'
Expansão geográfica e demográfica da Aids dificulta ação do governo, diz revista.
Uma reportagem da revista britânica The Economist publicada nesta quinta-feira afirma que o programa do governo brasileiro de combate à Aids está enfrentando "novos problemas".
No artigo intitulado Um retrato em vermelho, a revista diz que as campanhas do governo sobre o uso de preservativos, a distribuição de medicamentos e a ação de ONGs foram importantes para conter o avanço da doença no passado.
No entanto, a Aids está se espalhando geograficamente e demograficamente pela população, dificultando a ação do governo, afirma a revista.
A The Economist diz que o programa anti-Aids brasileiro é um dos mais bem-sucedidos do mundo. "Manter HIV/Aids sob controle em um país em que o sexo rivaliza com o futebol como esporte nacional é uma conquista impressionante, e nos últimos 20 anos o governo fez exatamente isso", afirma o artigo.
Apesar disso, a doença está se espalhando pelo Brasil e "a mudança de perfil dos que sofrem da doença está levando o combate à Aids para lugares onde será muito mais difícil de se ganhar".
A revista afirma que a doença deixou de ser exclusivamente masculina e que ela "não discrimina sexos".
As mulheres já representam 10 de cada 25 novos casos. Entre adolescentes, há mais mulheres do que homens contaminados.
Outro problema, segundo a reportagem, é que os programas de distribuição de medicamentos não conseguem atingir o Nordeste do país com a mesma eficiência de outras regiões.
Consequentemente, a expectativa de vida para pessoas com Aids no Nordeste é menor do que a das pessoas que têm a doença e vivem no Sudeste, afirma o artigo.
A revista afirma que se as pessoas deixarem de tomar os medicamentos necessários, a doença pode se tornar mais resistente, tornando o combate à Aids mais caro e difícil no Brasil.
25/03/2008 - www.glogo.com
terça-feira, 25 de março de 2008
Governo lança plano de combate à AIDS entre gays e travestis
Ministério da Saúde preparou 100 mil cartazes e 500 mil folders sobre a Aids.
Plano também prevê agendas afirmativas para grupos.
O Ministério da Saúde lançou nesta terça-feira (25) o Plano Nacional de Enfrentamento da Epidemia de Aids e das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) entre Gays, HSH (Homens que fazem Sexo com Homens, mas que não se assumem como homossexuais) e Travestis.
O principal objetivo da iniciativa é combater os casos de Aids, principalmente entre jovens de 13 a 19 anos de idade, faixa etária na qual se observa uma relevante tendência de crescimento de pessoas infectadas, segundo o ministério.
Elaborado em parceria com o Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass), o Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems) e representantes da sociedade civil, o plano prevê uma série de ações para combater a Aids e a homofobia.
A população de gays e HSHs, entre 15 e 49 anos, foi estimada em 1,5 milhão de pessoas. Segundo o ministério da Saúde, a incidência de Aids nesse segmento é 11 vezes maior que a da população em geral
O Ministério da Saúde preparou 100 mil cartazes e 500 mil folders com informações sobre a prevenção contra a Aids. Esse material será distribuído para organizações da sociedade civil e lugares freqüentados pelo público gay, como bares, boates e festas.
Agendas afirmativas
Também foram estabelecidas agendas afirmativas para gays, HSHs e travestis, que prevêem, entre outras coisas, a promoção de políticas e ações para o enfrentamento das DSTs, o fornecimento de metodologias de prevenção e a garantia dos direitos humanos para gays, HSHs e travestis infectados.
O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, destacou a importância do ativismo e da participação dos movimentos gays na construção de políticas públicas. "Ainda temos desafios que precisam ser superados. A queda do nível de casos entre HSHs ficou abaixo do esperado", comentou.
Toni Reis, presidente da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), elogiou a iniciativa do governo. "Era tudo o que queríamos, um plano contra a Aids voltado para os gays. Precisamos de políticas públicas voltadas para a nossa comunidade", disse.
'Homofobia institucionalizada'
O presidente da ABGLT enfatizou a importância de se combater a homofobia no país. “É preciso combater o preconceito para combater a Aids. Ainda vemos casos de homofobia institucionalizada, em que secretarias de saúde de alguns estados ainda têm preconceitos na adoção de medidas de prevenção para gays", criticou ele, que não quis mencionar quais seriam esses estados.
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